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Gelatina colorida da ceia de Natal: o que considerar antes de preparar ou comer o doce?

Gelatina colorida Receitas Nas festas de fim de ano, é comum o consumo de sobremesas que carregam a fama de “leves”, como a gelatina colorida. No entanto, ...

Gelatina colorida da ceia de Natal: o que considerar antes de preparar ou comer o doce?
Gelatina colorida da ceia de Natal: o que considerar antes de preparar ou comer o doce? (Foto: Reprodução)

Gelatina colorida Receitas Nas festas de fim de ano, é comum o consumo de sobremesas que carregam a fama de “leves”, como a gelatina colorida. No entanto, ingredientes como creme de leite e leite condensado fazem com que esse prato seja mais calórico do que muita gente imagina. Por ser gelatina e ter uma textura leve, muitas pessoas acreditam que podem comer à vontade, em grandes quantidades. Mas, como tudo na vida, é preciso equilíbrio. “O leite condensado, embora tenha um pouco de gordura, é mais concentrado em açúcar. Já o creme de leite geralmente não tem adição de açúcar, mas tem a gordura do leite. Por isso, ele acaba sendo, muitas vezes, mais calórico do que o próprio leite condensado. E essa preparação junta os dois”, alerta o nutricionista especialista em fisiologia do exercício e transtornos alimentares pela USP Danilo Rodrigues. Ultraprocessado com textura leve: o risco de comer em excesso Na gelatina colorida, uma porção tem, em média, de 40 a 100 calorias, o que é uma quantidade aceitável para uma sobremesa. Já uma rabanada pode ter cerca de 250 calorias, enquanto o pavê, dependendo da composição, pode chegar a até 300 calorias. Ao comparar a gelatina colorida com outras sobremesas, portanto, ela pode ser, sim, menos calórica. O problema está em achar que, por ter menos calorias e uma textura mais leve, pode ser consumida sem moderação. A gelatina colorida não é um alimento in natura, mas sim um ultraprocessado. E alimentos ultraprocessados devem ser consumidos esporadicamente, enquanto os alimentos in natura e minimamente processados devem ser priorizados, segundo o Guia Alimentar da População Brasileira (2014). Essa sobremesa é rica em açúcar simples e tem baixo teor de fibras e proteínas. Esse perfil favorece a absorção rápida da glicose, levando a picos glicêmicos importantes, explica a endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) Samille Coelho. Além disso, o açúcar associado à gordura pode prolongar a resposta insulinêmica, dificultando ainda mais o controle metabólico. “A repetição desse padrão de consumo ao longo das festas favorece maior armazenamento de gordura, aumento do apetite poucas horas depois e dificuldade no controle do peso. Além disso, o excesso de açúcar está associado ao aumento da inflamação metabólica e ao risco de resistência à insulina, mesmo em pessoas que não têm diagnóstico prévio de doenças metabólicas”, diz Coelho. Rodrigues destaca ainda que a gelatina colorida pode interferir na saúde não apenas pela quantidade de calorias e açúcar, mas principalmente por conta dos aditivos presentes no produto. “Além dos corantes e adoçantes artificiais, há também outros aditivos na gelatina que, a longo prazo, podem prejudicar a saúde”, afirma. O nutricionista alerta que a gelatina colorida costuma ter sabor mais adocicado, o que faz com que as pessoas acabem consumindo maiores quantidades sem perceber. Por isso, o ideal é que ela seja consumida após uma refeição completa. “Se a pessoa não fizer uma refeição completa antes, muito provavelmente vai acabar comendo muito mais doce do que deveria. A questão é a quantidade, o exagero, o comer desatento. Não existe problema nenhum em consumir uma porção ou duas numa ceia de Natal, por exemplo”, diz Rodrigues. Quem deve ter atenção redobrada? Coelho destaca que alguns grupos devem ter atenção redobrada ao consumir gelatinas coloridas: Pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 Pessoas com resistência à insulina Indivíduos com síndrome metabólica Pessoas com esteatose hepática Mulheres com síndrome dos ovários policísticos Pessoas em processo de emagrecimento Nesses casos, mesmo pequenas porções podem provocar descontrole glicêmico, dificultar a perda de peso e aumentar processos inflamatórios. E as versões zero açúcar? A gelatina convencional já contém açúcar, enquanto a versão zero não tem açúcar, mas utiliza adoçantes. Mesmo as gelatinas que não são zero podem conter adoçantes, como acessulfame e aspartame, que, a longo prazo, podem prejudicar a saúde. Rodrigues explica que há pouca diferença entre consumir a versão zero ou a tradicional, a menos que o indivíduo seja diabético. Nesse caso, a versão zero açúcar é mais indicada. Alternativas mais equilibradas e saudáveis Para quem gosta de gelatina, Rodrigues sugere utilizar gelatina incolor, sem sabor, sem corante e sem adoçante, diluída em suco de abacaxi com pedaços da fruta. Dessa forma, a sobremesa passa a conter frutas, fibras, menos calorias e deixa de ser um ultraprocessado. Confira abaixo outra alternativa mais saudável de gelatina de Natal, sugerida por Coelho: Ingredientes 4 pacotes de gelatina sem açúcar (morango, maracujá, limão e uva) 600 mililitros de água morna 600 mililitros de água fria 200 mililitros de leite de coco integral ou bebida vegetal sem açúcar 170 gramas de iogurte natural integral ou iogurte grego sem açúcar 1 pacote de gelatina incolor sem açúcar 75 mililitros de água morna Adoçante natural a gosto (stevia ou xilitol, se necessário) Modo de preparo Prepare cada gelatina sem açúcar separadamente, dissolvendo cada pacote em 150 mililitros de água morna e adicionando 150 mililitros de água fria. Leve à geladeira por aproximadamente 6 horas, até ficarem firmes. Corte as gelatinas em cubos e disponha em uma travessa. Dissolva a gelatina incolor em 75 mililitros de água morna. No liquidificador, bata o leite de coco (ou bebida vegetal), o iogurte e a gelatina incolor até obter uma mistura homogênea. Ajuste o sabor, se necessário, com pequena quantidade de adoçante natural. Despeje o creme sobre as gelatinas e leve à geladeira por cerca de 2 horas antes de servir.