Justiça manda soltar réus em processo que investiga atuação de agiotas em Franca, SP
Como Franca virou alvo de esquemas de agiotagem O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou a liberdade provisória de 15 réus no processo que in...
Como Franca virou alvo de esquemas de agiotagem O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou a liberdade provisória de 15 réus no processo que investiga uma quadrilha de agiotas que movimentou mais de R$ 60 milhões na região de Franca (SP). Eles foram presos em junho do ano passado durante a segunda fase da Operação Castelo de Areia. À época, as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e da Polícia Militar apontaram que o grupo emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência. A decisão é desta segunda-feira (1º), que ainda cancelou a audiência sobre o caso, que estava marcada para esta data. O g1 tenta localizar as defesas dos envolvidos. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Na semana passada, sete pessoas presas na primeira fase da operação e condenadas pela Justiça em dezembro de 2024, foram absolvidas do processo em segunda instância. Operação contra quadrilha de agiotas apreendeu relógio de luxo e R$ 150 mil Gaeco Na sentença proferida nesta segunda-feira, o juiz Orlando Brossi Júnior, da 3ª Vara Criminal de Franca, concedeu a liberdade provisória dos réus, mas impôs três medidas: Comparecer a todos os atos do processo; Não se ausentar da comarca por mais de cinco dias, sem autorização prévia da Justiça; Os réus não podem se comunicar entre si, por qualquer meio, até o término do processo. Ainda segundo o juiz, o não cumprimento de qualquer das condições impostas implicará na imediata revogação da liberdade e um novo mandado de prisão a ser cumprido. Veja abaixo quem são os envolvidos: Rogério Alves dos Santos Thiago Giacomini Cravo Alex Alves dos Santos Alex Sander Henrique da Silva Patrick da Silva Delgado Willian Fernando Alves do Nascimento Wescley Mateus Carlos da Costa Carlos Roberto de Souza Bruno Ricardo de Matos Souto Antônio Henrique Pimenta Mathias Matheus Carrijo Machado Leonardo Carrijo Machado Renata Alves dos Santos Pamela dos Santos Maria Eduarda Teixeira de Almeida LEIA TAMBÉM Operação contra quadrilha de agiotas prende 16 suspeitos, apreende relógio de luxo e R$ 150 mil em SP e MG Justiça absolve 7 apontados como parte de quadrilha de agiotas que movimentou mais de R$ 60 milhões em Franca Como agiotas condenados se dividiam para movimentar mais de R$ 60 milhões no interior de SP A quadrilha agiu entre 2020 e 2024 e, segundo o Ministério Público, operava de forma estruturada e com clara divisão de funções. Fórum de Franca, SP José Augusto Junior/EPTV As investigações As investigações do Ministério Público, que começaram por meio da Operação Castelo de Areia, apontaram que as provas reunidas (interceptações telefônicas, análise de transações bancárias e documentos apreendidos) demonstraram permanência, hierarquia e coordenação entre os envolvidos. A quadrilha fazia ameaças de morte aos inadimplentes e a pessoas próximas a eles. Cópias das conversas, obtidas pelo MP com autorização da Justiça, foram anexadas às denúncias e, de acordo com os promotores de Justiça, comprovam a violência utilizada pela organização criminosa para reaver o dinheiro. Em dezembro do ano passado, sete pessoas, entre elas, um ex-policial, já tinham sido condenadas a 20 anos por integrar a mesma quadrilha. Porém, em decisão de segunda instância proferida na quinta-feira (27), a Justiça absolveu o grupo. Quadrilha movimentou milhões com agiotagem A primeira fase da Operação Castelo de Areia ocorreu entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, quando sete pessoas acabaram presas suspeitas de movimentar R$ 36 milhões, inicialmente. Em dezembro, todas elas, incluindo o ex-policial civil Rogério Camillo Requel, foram condenadas a 20 anos de prisão. Rogério recebeu, em três meses, cerca de R$ 340 mil provenientes do esquema, segundo denúncia do MP. As investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças. Os chefes do esquema eram pai, filho e sobrinho. Ronny Hernandes Alves dos Santos era um dos membros da quadrilha que ameaçavam de morte os inadimplentes e as pessoas próximas. Segundo o MP, conversas comprovam violência empregada por quadrilha de agiotas em Franca, SP Reprodução Segundo o Gaeco, mesmo com as prisões anteriores, outros integrantes mantiveram a quadrilha ativa e diziam em conversas entre eles que 'nada os intimidaria e, até mesmo, jamais seriam punidos'. Isso motivou a deflagração da segunda fase da operação, em junho deste ano. Desta vez, as investigações apontaram uma nova movimentação, de cerca de R$ 31 milhões. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região