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MPF denuncia TH Joias como 'braço político' do CV; ex-deputado também é denunciado pelo MPRJ

MPF denuncia TH Joias por integrar braço político de facção O ex-deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, preso desde setembro acus...

MPF denuncia TH Joias como 'braço político' do CV; ex-deputado também é denunciado pelo MPRJ
MPF denuncia TH Joias como 'braço político' do CV; ex-deputado também é denunciado pelo MPRJ (Foto: Reprodução)

MPF denuncia TH Joias por integrar braço político de facção O ex-deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, preso desde setembro acusado de ligação com o Comando Vermelho, foi alvo de duas denúncias à Justiça. Uma delas é do Ministério Público Federal, entregue ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), na qual o ex-deputado é apontado como integrante do núcleo político da facção. Outra denúncia é do Ministério Público do Estado do Rio, que está no Tribunal de Justiça do Rio. A denúncia do Ministério Público Federal inclui 15 pessoas, acusadas de crimes como tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições, tráfico de drogas majorado, contrabando de equipamentos anti-drone, corrupção ativa e passiva. Os denunciados são: Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias – ex-deputado estadual Luciano Martiniano da Silva, o Pezão – traficante do CV Gabriel Dias de Oliveira, o Índio – traficante do CV Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, Dudu – ex-assessor parlamentar de TH Alessandro Pitombeira Carracena – ex-secretário estadual de Defesa do Consumidor Gustavo Stteel – delegado da Polícia Federal Kleber Ferreira da Silva, Padrinho – ex-policial militar Rodrigo da Costa Oliveira, Costa – cabo da PM Wallace de Brito Trindade, Lacoste – traficante do TCP Leandro Ferreira Marçal – assessor parlamentar Wallace Menezes Varges de Andrade Tobias – PM do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Alexandre Marques dos Santos Souza – policial militar Wesley Ferreira da Silva – cabo da PM Leandro Alan dos Santos – ex-servidor do Degase Davi Costa Rodrigues Kobbi da Silva, PQD – ex-militar e servidor da Alerj O ex-deputado TH Joias é acusado de ser o braço político da organização criminosa. Segundo a denúncia, depois te tomar posse na Assembleia Legislativa do Rio, o político começou a pensar em nomes para cargos públicos. Em uma conversa com o assessor Luiz Eduardo Gonçalves, o Dudu, TH Joias escreveu: "Vê se o Celso quer nomear alguém dele. Podemos nomear a filha dele, Vanessa, como diretora de uma UPA da Vintém". Celso, segundo o MPF, é o traficante Celsinho da Vila Vintém, um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos (ADA). A denúncia também aponta que as ligações mais fortes de TH eram com o Comando Vermelho, e que o político mantinha contato com Luciano Martiniano de Souza, o Pezão, apontado como um dos chefes do tráfico no Complexo do Alemão. Os investigadores afirmam que um dos papéis do ex-deputado era fornecer bloqueadores de sinais para o tráfico derrubar os drones da polícia. Nessa troca de mensagens com o traficante Gabriel Dias de Oliveira, o Índio, TH pergunta se Pezão viu o drone derrubado pelo então deputado num condomínio. Índio responde que Pezão, que estava junto com ele. "Tá rindo à beça", escreveu. TH Joias, então, oferece o bloqueador para os traficantes: "750 mil o mais barato. Mas não vende pra qualquer um. É ilegal". A denúncia do MPF destaca que, além de vender bloqueadores anti-drone, TH Joias também negociava armas e drogas com o Comando Vermelho. Ele também é acusado de vazar informações sigilosas sobre operações policiais e usar a influência política para beneficiar o crime organizado. O MPF também afirma que TH Joias "tentou influenciar a nomeação de um novo presidente para a Associação de Moradores do Gardênia Azul e propôs a indicação de um comandante para o 2º Comando de Policiamento de Área da PMRJ, sempre com a aprovação de Gabriel (Índio)". E que, "em diversas ocasiões, TH JOIAS demonstrou ter acesso a informações restritas". O ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB Divulgação/Alerj Denúncia do MPRJ A denúncia do Ministério Público do Estado do Rio inclui 5 pessoas, acusadas de associação para o tráfico de drogas no exercício de função pública e com emprego de arma de fogo". Os denunciados são: Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias – ex-deputado estadual Luciano Martiniano da Silva, o Pezão – traficante do CV Gabriel Dias de Oliveira, o Índio – traficante Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, Dudu – ex-assessor parlamentar de TH Fernanda Ferreira Castro – esposa de Índio, ex-assessora parlamentar de TH Segundo a denúncia, TH Joias "contribuiu para o crime de associação para o tráfico de drogas, porque, de forma estável e permanente, realizou a intermediação da compra e venda de drogas, armas de fogo e equipamentos anti-drones, bem como efetuou pagamentos ao Comando Vermelho". O documento diz ainda que, "além disso, após a posse no cargo de deputado estadual, que ocorreu em 12/06/2024, o denunciado Thiego Raimundo passou a utilizar o mandato para favorecer a facção criminosa, inclusive indicando à direção da Casa Legislativa a denunciada Fernanda, esposa do denunciado Gabriel, tesoureiro do Comando Vermelho, bem como o denunciado Luiz Eduardo para ocuparem cargos no Poder Legislativo estadual". Segundo a denúncia, rotineiramente, o traficante Índio entregava dinheiro ao então deputado TH Joias. No dia 19 de novembro de 2023, TH pede “15, 10”. "Tô zerado aqui”, escreveu. No mesmo dia da conversa, Índio foi à casa de TH. "A coincidência de datas entre as mensagens e a visita permite concluir que o denunciado Gabriel levou dinheiro ao denunciado Thiego Raimundo", diz o MPRJ. A denúncia destaca ainda que TH Joias é ourives e vende joias para traficantes do Comando Vermelho, dentre eles Pezão e Manoel Cinquine Pereira, o Paulista. O que dizem os citados O advogado Rafael Faria, que defende o ex-deputado estadual TH Joias, questionou as provas contra o político. Segundo o advogado, acusação se sustenta apenas em fotos de mensagens de WhatsApp encontradas no celular do traficante Índio, e que por isso não são confiáveis. "A denúncia não se sustenta porque se lastreia tão somente em mensagens de WhatsApp. O que conecta o Thiego a qualquer vínculo escuso com qualquer malta é através de mensagens de WhatsApp. É através da quebra telemática de um terceiro, que na verdade não houve essa quebra telemática. É ele conversando com terceiros através de fotos neste celular. Então eu quero saber que celular é esse, que fotos são essas, e como foi periciado, para garantir que era o meu cliente o responsável por aquelas mensagens. Sem isso, a partir de agora, a defesa pode dizer à Justiça que essas mensagens não poem ser tratadas como se fossem do Thiego", afirmou o advogado. "Há quebra da cadeia de custódia. A prova trazida aos autos não se pode dar confiabilidade ou fiabilidade. Ou seja, certeza que foram mensagens trocadas pelo meu cliente. Outra: são fotos de fotos de um celular. Isso, num regime democrático de direito, num país que respeita as regras constitucionais, não pode ser levado a cabo como provas sérias trazidas num processo dessa gravidade contra um ex-deputado preso no mandato", acrescenta. A GloboNews não conseguiu localizar as defesas dos outros citados.