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'Operações tradicionais', diz presidente afastado do BRB sobre negociações com Master

Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão O presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, se mani...

'Operações tradicionais', diz presidente afastado do BRB sobre negociações com Master
'Operações tradicionais', diz presidente afastado do BRB sobre negociações com Master (Foto: Reprodução)

Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão O presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, se manifestou na manhã desta quarta-feira (19) sobre a decisão judicial que culminou no seu afastamento. A decisão aconteceu no âmbito de operação da Polícia Federal, que mirou dirigentes do BRB e do Banco Master. Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. A PF investiga a venda de títulos de crédito falsos, que o Banco Master é suspeito de ter emitido durante as negociações de venda para o BRB. Em nota enviada à TV Globo, um dia após seu afastamento, Paulo Henrique Costa declarou que "aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro" (leia a nota na íntegra no final da reportagem): "Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras", disse Paulo Henrique Costa. "Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com [sic] revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição", completou. Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília As investigações A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam que o esquema de venda de títulos de crédito falsos pode ter causado prejuízos ao BRB, e colocado em risco a saúde do sistema financeiro nacional. A decisão obtida pela TV Globo informa que o BRB injetou R$ 16,7 bilhões no Master entre 2024 e 2025. Desse valor, pelo menos R$ 12,2 bilhões envolvem operações em que há fortes indícios de fraude. Para se ter ideia, ainda de acordo com o documento, o BRB só poderia "se expor" (ou seja, colocar ativos sob risco) em cerca de R$ 753 milhões com um único cliente – o valor repassado ao Banco Master foi mais de 20 vezes maior que o permitido. Sede do Banco de Brasília (BRB) TV Globo O juiz Ricardo Leite, que assina a decisão, destaca ainda que podem ter sido adotados "procedimentos escusos pela gestão do BRB para viabilizar e promover a liquidez do Banco Master". Em linhas gerais, segundo as investigações: O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs, um tipo de título financeiro) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro. Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte do dinheiro dos CDBs em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno. O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB – que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master. Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master – e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF. 👉 Os investigadores ainda apuram "as razões pelas quais o BRB desconsiderou irregularidades graves nas operações". Novo nome para o BRB Ainda na terça (18), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), indicou Celso Eloi de Souza Cavalhero para assumir a presidência do BRB. Celso Eloi é servidor da Caixa Econômica Federal e desde 2020 ocupa o cargo de Superintendente Executivo, em Brasília. Ao g1 nesta quarta-feira (19), o novo presidente indicado informou que já está realizando os trâmites para assumir o Banco de Brasília. ➡️ Entenda passo a passo para o novo nome assumir a presidência do BRB Celso Eloi será indicado por Ibaneis Rocha para assumir BRB reprodução/linkedin O que diz Paulo Henrique Costa "Diante dos acontecimentos desta terça-feira (18), que envolvem operações da Polícia Federal, venho a público manifestar que: • Toda investigação conduzida pelas autoridades competentes é legítima, necessária e positiva para o fortalecimento das instituições e para assegurar a transparência no sistema financeiro. É fundamental atuar com transparência e dentro da mais estrita legalidade em todas as esferas da administração pública. • Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras. • Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição. Reitero meu compromisso de cooperar integralmente com as autoridades e de disponibilizar todas as informações necessárias para o completo esclarecimento dos fatos. Zelo pela transparência e pela legalidade em todas as minhas ações e confio que a apuração trará os devidos esclarecimentos." LEIA TAMBÉM: OPERAÇÃO DE VENDA: Relembre a tentativa do BRB de comprar o Banco Master 'PURA CAMARADAGEM': como aporte de R$ 16,7 bilhões no Banco Master pode ter prejudicado contas do BRB Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.