Pela segunda vez, países da UE adiam em 1 ano lei antidesmatamento e flexibilizam regras
Desmatamento na Amazônia. Ibama Os países europeus apoiaram uma nova flexibilização da lei da União Europeia contra o desmatamento, incluindo um adiamento ...
Desmatamento na Amazônia. Ibama Os países europeus apoiaram uma nova flexibilização da lei da União Europeia contra o desmatamento, incluindo um adiamento para o final de 2026, indicaram diplomatas à AFP nesta quarta-feira (19). A pedido da Alemanha e da Áustria, que são países críticos ao texto, os europeus também validaram uma cláusula de revisão em abril de 2026, para abordar esta lei antes de sua entrada em vigor. O texto, considerado pioneiro por organizações ambientais, busca proibir a comercialização na Europa de produtos cultivados em terras que tenham sido desmatadas desde 2020, como óleo de palma, cacau, café, soja e madeiras . Mas o documento continua sendo criticado por setores da agroindústria e países, como Brasil e Estados Unidos. A União Europeia já havia adiado pela primeira vez de 2024 para 2025, antes do novo prazo alcançado nesta quarta-feira. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A Comissão Europeia abriu caminho para esse adiamento suplementar invocando problemas informáticos para implementar o sistema de rastreabilidade dos produtos. Mas, após mencionar um prazo de um ano, Bruxelas acabou por propor aos 27 membros adiar a lei por seis meses. Os países europeus decidiram ir mais longe, especialmente sob o impulso da Alemanha. O compromisso que ainda terá que ser submetido ao Parlamento Europeu busca uma entrada em vigor no final de 2026. Mas as muitas dúvidas em torno desta lei causaram a fúria das ONGs, que acabam por se perguntar se a União Europeia realmente tem a intenção de aplicá-la. "Os sinais são desastrosos de todos os pontos de vista, em plena COP, a conferência da ONU sobre o clima no Brasil", lamenta Pierre-Jean Sol Brasier, da ONG Fern, especialista em proteção das florestas. Esta regulamentação contra o desmatamento recebeu o apoio de algumas empresas europeias, como o grupo italiano Ferrero, que produz, entre outras coisas, o Nutella. "Fizemos investimentos de boa fé porque pensamos que havia uma direção e agora isso está sendo questionado", disse Francesco Tramontin, um dos executivos da empresa. Após adotar por vários anos medidas ambiciosas, a União Europeia freou algumas disposições sobre o clima para dar um respiro às empresas submetidas a uma feroz concorrência. Leia também: Pecuária que preserva, cacau que refloresta: como o dinheiro do clima chega ao campo Quanto custa conter o aquecimento global e quem banca sustentabilidade no campo Financiamento climático: quem banca o agro sustentável